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"Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que escrevo". Ana Maria Machado
É por vocês, leitores, que meu desejo de escrever se torna mais sólido, mais firme, é por isso que dedico meus fins de semanas e horas vagas relatando as minhas experiências, emoções e, até mesmo, revoltas. Enfim, compartilhando o melhor de mim com vocês, o meu mundo interior!

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domingo, 30 de janeiro de 2011

Reflexão acerca dos problemas ambientais...

Água, consumo consciente.

         Já entardecia quando seu Mário resolveu ir na fazenda com a família. Era domingo, estava muito calor e ele morava numa cidadezinha no interior do Piauí, mas também tinha uma propriedade na zona rural, um pouco afastada dali. Já era aposentado e casado com Dona Antônia há mais de quarenta anos, com quem teve duas filhas, era proprietário de uma indústria de fabricação e comércio de tecidos, que gastava uma enorme quantidade de água por metros de tecidos. Foi dessa maneira, sem nenhuma consciência ecológica e ganancioso que seu Mário tornou-se um dos homens mais poderosos do Piauí, tinha muitas fazendas e imóveis, logo quando recebeu a indústria de herança de seu pai, tratou de ampliá-la no espaço físico e produtivo.
               Durante toda sua vida residiu no sul do Brasil, no Estado de Santa Catarina, um lugar frio, onde ele presenciou muitas cheias. Nunca sentiu a falta d'água e não acreditava que um dia isso pudesse acontecer. Para ele, toda água poderia ser utilizada para o consumo humano, logo ¾ do planeta era disso. E era do sul que ele comandava todos os negócios, com o passar dos tempos, surgiu a necessidade dele acompanhar de perto o setor financeiro e teve que se mudar para o nordeste.
             Bom, naquela mesma tarde todos da casa se ajeitaram e foram para roça, no caminho uma seca profunda, uma imensa área desmatada. Seu Mário, a esposa e os netos levaram roupas de banho e iam eufóricos, afinal no terreno havia um riacho exclusivo deles. Porém, ao chegarem presenciaram um impacto profundo, já fazia alguns meses que eles não iam lá e ao verem a situação que estava a pequena fonte, foi um segundo de reflexão e  um choque para seu Mário, já não havia quase água, o que antes era lazer para a família, agora não representava praticamente mais nada. 
         Em meados do século XX, O Brasil vivenciou momentos conflitantes na história. Em 1954, Getúlio Vargas se suicida e deixava na sua carta-testamento: “Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas). No ano de 1964 instala-se a ditadura militar no Brasil. A tão sonhada Constituição Brasileira é promulgada em 1988 e por fim em 1990, os brasileiros escolhem Fernando Collor de Melo para presidente do Brasil, sendo um dos piores e que aprofundou ainda mais recessão econômica que os povo vinha enfrentado. Nossa! Analisando assim, percebe-se que o Brasil foi realmente marcado por acontecimentos que ficam para sempre. Tudo aquilo promoveu tumultuadas revoltas. Entretanto, o pior de tudo já estava acontecendo e ninguém via. 
        A TMG, referida indústria e que se tornou uma das maiores da América latina vivenciou todos esses momentos destruindo os recursos hídricos. Foram bilhões e bilhões de litros de água desperdiçados, visto que essa é uma fonte não-renovável. E, enquanto as pessoas estavam se envolvendo com essa trajetória que também teve suas consequências, a geração do século XXI sofre com a carência de água, tudo isso resultado de dezenas de seus Mários um tanto desentendidas de ecologia que existem e por aí destroem aquíferos, rios, lagos e mares. Alimentam seus bolsos, mas não a sede de muitas pessoas. Mas o que se pode fazer, né? Se o ser humano, como ser mais complexo, só aprende a lição quando sente-a na pele.
O vídeo acima dá uma ideia de como nossos sofrimentos não são nada se comparado aos que realmente sofrem profundamente devido ao ciclo das secas, tais como as condições sub-humanas de vida, os contrastes sociais, a indústria da seca, o descaso das instituições públicas, ou seja, tudo aquilo que dinamiza ainda mais o sofrimento humano, desigualdade, falta de água, a ganância, a exploração, a injustiça, a má distribuição de renda, a falta do senso humano nas ações de nossas vidas. Tradução da música de Alanis Morissette - Offer. Quem sou eu para ficar triste depois desta!?

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