Welcome

"Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que escrevo". Ana Maria Machado
É por vocês, leitores, que meu desejo de escrever se torna mais sólido, mais firme, é por isso que dedico meus fins de semanas e horas vagas relatando as minhas experiências, emoções e, até mesmo, revoltas. Enfim, compartilhando o melhor de mim com vocês, o meu mundo interior!

Ah, Dica: Clique em 'Postagens Antigas' no fim dessa página, para que abram os demais posts!!!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Memórias literárias, a Arte de recordar o passado!


Uma época que ainda tenho boas lembranças...

Não tive a oportunidade de conviver e aprender sobre a vida com a minha mãe, ela partiu muito cedo, mas como era criança, a ausência dela foi recuperada com o passar dos anos e, conviver com a minha irmã e nas férias, quando criança, poder ir para a casa da minha avó, na cidadezinha em que nasci, me ensinou e contribui grandiosamente  para a minha formação de cidadão. Férias da minha infância! É o tempo que mais sinto falta, a saudade aperta no meu peito, recordo que eram os momentos mais  felizes, foram nessas ocasiões que descobri logo menino que a felicidade está nas coisas mais simples e não nas riquezas do mundo. A casa de minha avó era uma casinha simples, muito pequena, num lugarejo vitimado pela seca dos sertões mineiros, mas foi ali que descobri que alegria existe e que um dia vivi tudo que uma criança tem que passar, mais que isso, aprendi que pai e mãe não são aqueles que nos criam, mas quem dá suporte e proteção.

Quando estava na altura dos meus 6 anos, fiz minha primeira viagem sozinho. Eu morava em Janaúba, Minas Gerais, com a minha irmã , meu cunhado e meus dois sobrinhos. Assim que iniciou dezembro, na Escola todos os meus colegas estavam loucos para chegarem às férias e viajarem, uns iam para praia, outros para a capital do Estado. Bom, com toda aquela convivência senti um desejo de viajar também, mas sozinho, pois isso para meninos daquela idade simbolizava independência e nessa fase já queremos muito isso. Eu incomodava o tempo todo minha irmã pedindo-a que me deixasse viajar, para algum lugar...  Ela, no início ficou receosa, eu era apenas uma criança, ela hesitava, no entanto a minha insistência foi tanta que ela acabou cedendo e disse que me deixava ir para Jaíba, cidade onde morava minha vó e que fica a uns 60 Quilômetros de onde eu residia.
Não queria ir, sabia que lá era uma cidade pequena e ruim” (prenoção que tinha), porém no entusiasmo de viajar, acabei por aceitar. Meu cunhado conversou com um taxista de confiança dele e pediu-o que me levasse e deixasse na casa de vó, arrumei as malas e no dia combinado sem reclamar eu fui!
As ruas de lá quase nenhuma eram asfaltadas, a casa da minha vó era bem pequena, ainda de cal, entretanto no quintal ao lado moravam meus primos com idade semelhante a minha... Logo que cheguei de manhãzinha, lá estava Vovó a me esperar na porta, com um queijinho mineiro na mesa para o café que não me esqueço. Eu olhava assustado para aquele lugar, percebi que não havia mais Televisão ali, porque ela não gostava e eu adorava assisti desenhos animados. Pensei, “Meu Deus, o  que eu vou fazer por aqui esses dias?”. Mas naquele mesmo dia esse temor angustiante já começava a passar, pois enturmei com meus primos e começamos a brincar de diversas brincadeiras legais. É isso mesmo, legais.
Hoje, quando falo em brincadeiras legais com meus sobrinhos, eles já começam a enumerarem muitas, tais como Playstation, Jogos da Internet de Ben 10, Naruto e outros. É aí que paro e agradeço ao meu Deus por ter me dado a oportunidade de um dia jogar bolinhas de gude, peteca naquelas ruas de terra de Jaíba, banhado no rio que tinha lá perto e não nas piscinas dos clubes como é atualmente, brincado de pés-de-lata, esconde-esconde, pega-pega, porta-bandeira, cavalo de pau e o melhor de tudo era aprontar inúmeras travessuras todas inspiradas no Menino Maluquinho ou no Chapolin .
            Até hoje assisto Caverna do Dragão, mas não é mais como antes, não tenho mais aquela emoção de ser criança, minha fase passou, isso é fato, todos nós a partir de uma certa idade, já na adolescência, nos envolvemos de mais com muitas tarefas, o dia torna-se curto, entretanto não é tão prazeroso, a cada dia que passa sinto que sou mais escravo do mundo, nas horas que reflito sobre toda essa correria que a sociedade enfrenta, é que vem aquela saudade, como a brisa na praia, tocar no meu rosto arracando algumas lágrimas. Não quero ter a oportunidade de reviver isso tudo, porque do que é passado só tenho lembranças boas e penso que se tivesse à chance de voltar no tempo, algo poderia dá errado, porque tudo modernizou e aquilo, que parece que foi eterno se desfazer como as marés do mar que partem e não voltam mais, não quero que essas lembranças se afastem de mim, porque elas representam minha história e um dia quero contá-las a geração futura, assim como ouvi muitos contos dos meus tios da infância deles, do tempo em que as mocinhas das histórias eram guardadas pelos pais até o dia do casamento que por sinal não demorava muito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário