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"Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que escrevo". Ana Maria Machado
É por vocês, leitores, que meu desejo de escrever se torna mais sólido, mais firme, é por isso que dedico meus fins de semanas e horas vagas relatando as minhas experiências, emoções e, até mesmo, revoltas. Enfim, compartilhando o melhor de mim com vocês, o meu mundo interior!

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Texto escrito para o site galeradeespinosa.com.br Acesse: http://www.galeradeespinosa.com.br/eduardo_vinicius.php

Assaltos a mão armada: as sensações que ficam são de tristeza e insegurança

“Hoje, as pessoas já se protegem com muralhas fortificadas por alarmes e cercas elétricas”

        Causou-me tristeza e insegurança a leitura da notícia acerca do assalto a casa lotérica de Espinosa, que ganhou repercussão na internet ainda na última semana. Acredito que a polícia e a população estão atônitas diante dessa situação. Os assaltos a mão armada crescem em ritmo descontrolado não apenas em cidades grandes, contudo no interior dos estados e, neste caso, nos sertões do Norte de Minas.
    São inúmeros os fatores que geram essa agressão cruel à sociedade. Todavia, aqui, merece ênfase o desemprego que atinge essas pessoas devido, sobretudo, a falta de qualificação exigida pelo mercado de trabalho, visto que a maioria são semi-analfabetas e vivem em lares desajustados, por conta disso desconhecem preceitos éticos e morais. Então, a agressão ao meio social (que inclui atos desonestos e violentos) serve como refúgio, um meio mais prático necessário à sobrevivência.
    Segundo estudo do Instituto Sangari, o aumento da violência no interior dos estados brasileiros é resultado da estagnação econômica das grandes capitais e de maiores investimentos feitos no setor de segurança pública desses locais, o que melhora a eficiência repressiva. Já os municípios de médio e pequeno porte são esquecidos pelo Governo Federal e Secretarias de Segurança Pública, isto é, faltam políticas específicas para combater o crescimento da criminalidade.
Neste país, não há projetos de lei em tramitação no senado (no momento) ou programas sociais relevantes que visam enfrentar o tráfico de drogas (pois isso pode ser apontado como uma das principais causas do aumento da violência nas pequenas cidades) e a criminalidade dele decorrente. Em 2011, um dos acontecimentos mais marcantes foi a ocupação da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, pelo Batalhão de Polícia de Choque. Ato planejado durante muito tempo e só depois desse aglomerado ter se tornado um dos mais perigosos do mundo. Pergunto-me: será essencial a formação de várias “Rocinhas” pelo Brasil para que providências imediatas sejam tomadas?
     Antigamente, nas cidades pequenas observava-se a preservação de certos hábitos e costumes que caracterizavam a grandeza do interior, mostravam como a tranqüilidade reina longe das grandes metrópoles, as casas não eram prisões, as crianças podiam brincar até mais tarde nas portas de suas casas, sem nenhum perigo. Essa época eu não vivi, mas pude vivenciar através da literatura nostálgica de Carlos Drummond de Andrade e Graciliano Ramos.
      Logo, arrombamentos de residências, caixas eletrônicos (como se verificou no Mercado Municipal de Espinosa, em setembro de 2011), assaltos a mão armada, furtos de veículos e outros da espécie atingem índices alarmantes na cidade. Hoje, as pessoas já se protegem com muralhas fortificadas por alarmes e cercas elétricas. Uma ação conjunta da Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Imprensa (emissoras de Rádio, jornal impresso e eletrônico) e, é claro, comunidade, ajudaria ainda mais na resolução dessas problemáticas, com solução prática e eficaz, como a verificada no assalto recente a lotérica de Espinosa. Já a extinção do desemprego só acontecerá quando perceberem que a base encontra-se na educação. Ao governo, cabe parte dos investimentos, mas o ser humano tem que ter, principalmente, consciência e perceber a importância do estudo para a conquista de um trabalho honesto e que não seja ilegal.

Texto escrito para o site galeradeespinosa.com.br Acesse: http://www.galeradeespinosa.com.br/eduardo_vinicius.php

Talentos contemporâneos em Espinosa: deve-se apoiar ou não?

“...eis que o preço do desenvolvimento é o aumento da violência”

          Espinosa ainda não é uma cidade polo em Minas, mas foi no passado muito importante no ciclo do algodão e, principalmente, está ganhando destaque no setor têxtil, nos últimos anos. Contudo, quando se percebe que essa cidade tornou-se, no Norte do Estado, também modelo em comemorações religiosas, como a festa de São Cristóvão, uma tradição com caráter pedagógico que contempla a preocupação com a violência no trânsito, sabe-se que, infelizmente, é pequena a participação de jovens na organização desse evento, que visa disseminar ideias culturais e artísticas.
         É sempre primordial valorizar e promover eventos que despertem nos jovens uma maior integração com as tradições antigas, sem perder as tendências da atualidade. Talvez seja esse o principal motivo de ser pequena a parcela da juventude que se envolva na festa citada, sem apenas o intuito de curtir a noite: a carência de “inovação”, do ponto de vista jovial. Os tempos mudam e, consequentemente, os modos de viver – a ética contemporânea deve, sempre, ser acompanhada. O jovem deve inserir na sociedade a sua visão de mundo, isto é, suas preferências, tais como: tipos de música, roupas e danças, o que se resume na formação das tribos urbanas que, por sinal, são apontadas como necessidade do século, pois promovem agregações e apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se expressar.
         Dessa forma, a meu ver, surge a necessidade da população espinosense empenhar-se em participar e apoiar acontecimentos que tem como objetivo trazer à tona os novos talentos – desta década – e que mostrem a grande possibilidade de promover a heterogeneidade comportamental, sem perder a história, cultura e tradição do município. Ideal seria um teatro semanal formado pelos estudantes da cidade ou, quem sabe, um cinema comentado, onde eles poderão opinar sobre os filmes antigos, inserindo as filosofias que, agora, estão no ápice.
         Sim: auxiliar, prestigiar e contribuir para isso são atitudes humanas, é como dar uma chance a alguém de mostrar o que ele sabe fazer bem. A exemplo: a vocação do grande compositor, músico e violinista Mozart não surgiu do acaso. Seu pai era professor de música e desde cedo dedicou sua vida a educar o filho. Ainda criança, Mozart passava parte do dia na frente do piano. As primeiras peças que ele compôs não são obras-primas - pelo contrário, contêm muitas repetições e melodias que já existiam. Muitos críticos de música consideram que a primeira obra realmente genial que o austríaco escreveu foi um concerto de 1777, quando ele já estava 21 anos de idade. Ou seja, apesar de ter começado muito cedo, Mozart só montou algo digno de sua genialidade depois de 15 anos de treino. É visível que cada pessoa tem a capacidade inata de tornar-se excelente em alguma atividade, aprimorar-se e ser considerada um talento. Achar sua vocação – seja na dança ou na performance - depende, em parte, das oportunidades da vida e, também, da determinação pessoal, pois independente dos resultados não se deve acomodar, todavia continuar em busca de mais aprendizado.
       Portanto, talento é se sentir bem fazendo o que faz. Em Espinosa, existem muitos adolescentes necessitando de um “contexto” para se desenvolver, as sugestões que argumentei poderiam contribuir para o lazer da cidade, que acaba se tornando pacata nos fins de semana por falta de opções de distração. Isso pode, ainda, reduzir a criminalidade, a cidade está crescendo e, em breves tempos, o índice de homicídios e assaltos pode aumentar, eis que preço do desenvolvimento é o aumento da violência. Está exposto o motivo pelo qual é necessário socializar urgentemente essa geração.