Welcome

"Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que escrevo". Ana Maria Machado
É por vocês, leitores, que meu desejo de escrever se torna mais sólido, mais firme, é por isso que dedico meus fins de semanas e horas vagas relatando as minhas experiências, emoções e, até mesmo, revoltas. Enfim, compartilhando o melhor de mim com vocês, o meu mundo interior!

Ah, Dica: Clique em 'Postagens Antigas' no fim dessa página, para que abram os demais posts!!!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Reflexão acerca dos problemas ambientais...

Água, consumo consciente.

         Já entardecia quando seu Mário resolveu ir na fazenda com a família. Era domingo, estava muito calor e ele morava numa cidadezinha no interior do Piauí, mas também tinha uma propriedade na zona rural, um pouco afastada dali. Já era aposentado e casado com Dona Antônia há mais de quarenta anos, com quem teve duas filhas, era proprietário de uma indústria de fabricação e comércio de tecidos, que gastava uma enorme quantidade de água por metros de tecidos. Foi dessa maneira, sem nenhuma consciência ecológica e ganancioso que seu Mário tornou-se um dos homens mais poderosos do Piauí, tinha muitas fazendas e imóveis, logo quando recebeu a indústria de herança de seu pai, tratou de ampliá-la no espaço físico e produtivo.
               Durante toda sua vida residiu no sul do Brasil, no Estado de Santa Catarina, um lugar frio, onde ele presenciou muitas cheias. Nunca sentiu a falta d'água e não acreditava que um dia isso pudesse acontecer. Para ele, toda água poderia ser utilizada para o consumo humano, logo ¾ do planeta era disso. E era do sul que ele comandava todos os negócios, com o passar dos tempos, surgiu a necessidade dele acompanhar de perto o setor financeiro e teve que se mudar para o nordeste.
             Bom, naquela mesma tarde todos da casa se ajeitaram e foram para roça, no caminho uma seca profunda, uma imensa área desmatada. Seu Mário, a esposa e os netos levaram roupas de banho e iam eufóricos, afinal no terreno havia um riacho exclusivo deles. Porém, ao chegarem presenciaram um impacto profundo, já fazia alguns meses que eles não iam lá e ao verem a situação que estava a pequena fonte, foi um segundo de reflexão e  um choque para seu Mário, já não havia quase água, o que antes era lazer para a família, agora não representava praticamente mais nada. 
         Em meados do século XX, O Brasil vivenciou momentos conflitantes na história. Em 1954, Getúlio Vargas se suicida e deixava na sua carta-testamento: “Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas). No ano de 1964 instala-se a ditadura militar no Brasil. A tão sonhada Constituição Brasileira é promulgada em 1988 e por fim em 1990, os brasileiros escolhem Fernando Collor de Melo para presidente do Brasil, sendo um dos piores e que aprofundou ainda mais recessão econômica que os povo vinha enfrentado. Nossa! Analisando assim, percebe-se que o Brasil foi realmente marcado por acontecimentos que ficam para sempre. Tudo aquilo promoveu tumultuadas revoltas. Entretanto, o pior de tudo já estava acontecendo e ninguém via. 
        A TMG, referida indústria e que se tornou uma das maiores da América latina vivenciou todos esses momentos destruindo os recursos hídricos. Foram bilhões e bilhões de litros de água desperdiçados, visto que essa é uma fonte não-renovável. E, enquanto as pessoas estavam se envolvendo com essa trajetória que também teve suas consequências, a geração do século XXI sofre com a carência de água, tudo isso resultado de dezenas de seus Mários um tanto desentendidas de ecologia que existem e por aí destroem aquíferos, rios, lagos e mares. Alimentam seus bolsos, mas não a sede de muitas pessoas. Mas o que se pode fazer, né? Se o ser humano, como ser mais complexo, só aprende a lição quando sente-a na pele.
O vídeo acima dá uma ideia de como nossos sofrimentos não são nada se comparado aos que realmente sofrem profundamente devido ao ciclo das secas, tais como as condições sub-humanas de vida, os contrastes sociais, a indústria da seca, o descaso das instituições públicas, ou seja, tudo aquilo que dinamiza ainda mais o sofrimento humano, desigualdade, falta de água, a ganância, a exploração, a injustiça, a má distribuição de renda, a falta do senso humano nas ações de nossas vidas. Tradução da música de Alanis Morissette - Offer. Quem sou eu para ficar triste depois desta!?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Conto escrito com o objetivo de ilustrar o quanto as pessoas vêm cada vez mais escravizando-se ao trabalho.

       
 Alienados ao nosso próprio ser...



          Assim que bateu o último sinal, saí apressadamente do Colégio. Era início de mês e as ruas da capital estavam lotadas. O clima era frio, característico do inverno na região. Os transeuntes congestionavam a avenida Cristiano Machado em todos os seus acessos. Eu caminhava atentamente por ela,  próximo a praça São Vicente, mas quando cheguei na altura de um botequim parei para observá-lo. Por poucos instantes que fixei nele, perdi a atenção e quase fui atropelado por uma moto.
         Senti curiosidade em entrar lá dentro, algo me atraía, não sei,  talvez a estrutura física do local, com portas arrombadas e marcas de tiros, como se estivesse acontecido alguma briga, assalto ou coisas dessa natureza. Encostei na entrada e, de lá, pude avistar um homem magro, aparentava ter seus 25 anos e que estava muito suado. Sentei em uma cadeira próximo ao balcão que por sinal estava muito sujo e pedi um refrigerante. Ele pegou e enquanto eu bebia, me perguntou se eu estava com certo temor ali dentro, pois era notável no meu olhar. Respondi que sim e o interroguei um pouco acerca de quem ele era.
         Resumidamente, ele foi me falando que trabalhava ali não por opção, porém porque era obrigado, pai de dois filhos, casou ainda cedo e morava em uma periferia bem distante dali, ia e vinha todos os dias, era muito corrido para ele, saia ainda escuro e só voltava lá pelas oito da noite.
         Ainda confuso, não entendia como alguém poderia está tão suado em um dia tão frio, quase todo mundo estava de casacos e bem vestidos afim de se protegerem de um resfriado. Entretanto, segui refletindo sobre isso até chegar na Estação Minas Shopping, onde desço e pego um ônibus até o bairro que moro.
        Por 02 anos seguidos, fazia parte do meu cotidiano passar em frente aquele bar e verificar naquele homem a mesma feição, suada. Nesse mesmo ano me formei, por ser de família humilde, iria já começar a trabalhar para cursar um Ensino Superior.
        Certo dia, subi o morro em busca de tranquilidade para ler um livro, contudo poucos minutos depois fui interrompido por meu irmão caçula dizendo que meu pai estava a me chamar. Sem demoras, fui. Ao chegar, ele me surpreendeu com a notícia de que a partir do próximo dia, eu iria trabalhar numa loja em pleno centro de Belo Horizonte. Logo, hesitei em não ir, era muito longe, iria fazer uma viagem todos os dias, porém quando pensei bem, vi que trabalhar em uma loja no centro era um bom serviço. Entusiasmado, no outro dia, levantei de madrugada, muito frio, vesti a minha jaqueta, calça jeans, tênis all star e ainda com frio fui. Tive que pegar o metrô, um coletivo e ainda caminhar um bom pedaço até chegar nas proximidades do centro.
         Estava nevoando quando me aproximei da loja, mas antes olhei-me numa vidraça e percebi no meu rosto um suor exacerbado, parecido com o daquele homem que por anos eu não entendia o motivo. Foi só aí que cheguei a resposta que tantos anos me indagou, que não é só o calor que nos faz transpirar, mas também o esforço para cumprir nossas tarefas. Imaginei-me no lugar daquele sofrido ser, que por tempos se escravizou naquilo, sem saída, pois havia filhos e esposa a sua espera quando já bem a noite ele chegasse em casa. E que agora era chegado a minha vez...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O ofício de argumentar nada mais é do que a capacidade de expor aquilo que você pensa, sem receios. Recentemente, escrevi o texto abaixo nesses padrões: Artigo de Opinião, Gênero argumentativo...

E aí, será mesmo uma catástrofe natural?


       Muitas pessoas iniciaram o ano de 2011 com a promessa de vida nova, como sendo tempo de recomeçar, isto é, recuperar os tempos perdidos, aproveitando ao máximo as oportunidades que a vida oferece, através de metas estabelecidas nessa ocasião. E, para os brasileiros, um grande acontecimento marcou a história política no dia 1º de janeiro, a posse da 1ª mulher como presidente dessa nação, Dilma Rousseff.
            Entretanto, também foi notável o tamanho do desespero dos sobreviventes das chuvas que todos os anos, nesse período, acontecem em Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e outros. Porém, nesse momento, é primordial dá ênfase nas enchentes do Rio de Janeiro, em que parte da população que sobreviveu às intensas chuvas que não davam trégua por muitos dias consecutivos, começou o ano em total desespero.
            Frequentemente os jornais noticiam acerca do caso: “Faltam luz, água e comida nesses locais atingidos por uma das maiores catástrofes naturais das últimas décadas.” Sabemos que nesses lugares há uma grande quantidade de desalojados e desabrigados. A exemplo, é válido destaque o município de Petrópolis, região serrana do Rio, que possui cerca de 3.600 pessoas sem alojamentos.
            A explicação utilizada pelo Governo do Estado desde quando essas fortes chuvas se tornaram “comuns” nessa época, é que a causa de tudo isso é o aquecimento global junto ao efeito estufa. E que isso é mais uma manifestação de como o Planeta está reagindo à ação antrópica do homem.
            Penso diferente dos estudiosos dessa tragédia. Apesar de que concordo plenamente que o ser humano está degradando o meio ambiente em ritmo cada vez mais acelerado. Não acho que o principal motivo desse desastre seja esse, todavia a irresponsabilidade das pessoas que constroem suas residências nessas áreas de risco e também do Governo que não monitora o padrão de ocupação do solo e urbanização. Sendo assim, seriam menores as tragédias se houvessem a responsabilidade de se criar um controle territorial maior.
            Há quem discorde de mim, afirmam que quem mora nesses locais são justamente os que não têm condições do construírem suas casas em outros pontos dos seus municípios. Mas, se essas enchentes já vêm ocorrendo há muitos anos e o Governo não toma providências, o morador deve ter iniciativa, caso não queira ver sua tão sonhada moradia, seus familiares ou até mesmo a sua própria vida, sendo soterrados. Só nas duas semanas de 2011 já tivemos mais de 670 pessoas mortas por causa das chuvas e deslizamentos de terra no Estado carioca.
            A realidade é que a principal preocupação dos governantes na urgência de  reconstruir o Estado não é nem tanto para dá amparo aos pobres e miseráveis que povoam toda essa precariedade, mas sim para sediar a Copa - 2014 e mostrar ao mundo uma imagem do Brasil que nós, brasileiros, infelizmente não vemos mais, pois toda essa sujeira e corrupção vêm cobrindo-a, é triste essa situação. A cidade de Teresópolis é de um potencial turístico indescritível, no entanto está totalmente destruída, o que aponta falhas na sua infra-estrutura.
           Enfim, o Governo do Rio anunciou essa semana algumas medidas para essa situação: A criação, em um prazo de 12 meses, de uma cadastro nacional de áreas de risco e pretende convencer a Fundação GEO-RIO a criar um órgão nacional, nos moldes do instituto municipal, para elaboração de planos emergenciais e de longo prazo para a proteção das encostas. Contudo, enquanto essas prevenções não são executadas, porquanto desde os anos 80 esse planejamento está no papel, o aconselhável é que as populações em geral conscientizem-se de que "prevenir é sempre o melhor remédio". Logo, evitará assim um flagelo humano que não é gerado por uma catástrofe concretizada naturalmente e sim por falta de responsabilidade.

Imagens da situação em que se encontra o Rio de Janeiro

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Literatura, a Arte da palavra! Segue abaixo recordações notálgicas de versos inesquecíveis...


Infância, Carlos Drummond de Andrade

Enquanto muitos não esquecem do primeiro dia de aula, dos primeiros amigos, do primeiro namoro, alguns até das primeiras palavras....

         Comigo não é diferente, porém de algo distinto, algo que não me falha na memória nunca, a minha primeira poesia lida e recitada, que foi um poema que marcou a minha vida, porquanto foi os primeiros versos que decorei para uma apresentação na Escola, ainda criança. Recordo que eu era aluno da 2ª série e estudava muito, as vezes deixaxa de assitir os desenhos animados, que passavam na TV de manhã, o que é comum a todos dessa idade, para poder estudar para as simples provinhas que fazíamos a tarde. Era pequeno, tinha meus 7 ou 8 anos e já era muito focado nos estudos, pois desde que ganhei uma medalhinha de ouro na 1ª série por ter feito a melhor produção textual da Escola me sentia entusiasmado e uma vontade imensa de estudar e ser o 1º aluno da classe. Fico emocionado ao lembrar que desde pequenininho já tinha o desejo de participar de tudo que aparecia, adorava escrever e no ano de 2002 quando li meu primeiro livro, "Pluft, o fantasminha", não parei mais, sentia uma grande atração por livros. 
       Quando li o livro "A casa da madrinha", ainda tenho na memória nitidamente que levantei as cinco da manhã para terminá-lo, para logo cedo poder pegar outro, "O mágico de Oz"... e foi assim que alimentei esse "vício" de ler cada dia mais...
       Na Escola eu era muito comunicativo, todas as minhas descobertas dentro do mundo da imaginação eram expostas para meus colegas... A tia, como assim chamava a professora Adorani, sempre abria espaço para eu ter a chance de contar as minhas experiências. 
      Como todo Colégio comemora as datas cívicas ou outros eventos, no que estudava não era diferente e nesses meses se aproximava a festa de Halloween, como regra da escola toda sala tinha que um aluno para fazer alguma apresentação, que seja dança, teatro, recital ou qualquer outra forma dinâmica. Logo, não deu outra, a minha professora me escolheu para representar o grande e ilustríssimo, Carlos Drummond de Andrade. Ainda não sabia nada sobre ele, mas fique contente e muito animado, recebi a poesia "Infância", escolhida pela coordenação pedagógica por ser ideal a minha faixa etária. 
      Cheguei em casa eufórico aquele dia, contei a minha irmã e fui para o quarto, onde fiquei horas e horas lendo e relendo os versos magnifícos dele, não tive dificuldades, no primeiro ensaio já não havia erros. A pedagoga responsável pela turma,  falou comigo que ela apostava que eu seria a estrela da noite. 
      No dia do evento, fui com minha irmã e meu cunhado, vestido de terno e com um óculos,  característico do autor. Eu tremia muito, vendo toda aquelas pessoas que me assistiriam, os representantes do poder político da cidade e os pais dos alunos faziam-se presentes, somente um ou dois colegas meus estavam lá. Eu iria apresentar sozinho, dramatizando o poeta escrevendo a poesia e, ao redigir as linhas e entrelinhas do poema, com total emotividade , eu  o declamaria. 
      De repente, quando já estava atrás do palco ouvi a apresentadora do evento, a minha ex-professora Eugênia, anunciando o meu nome, não me recordo ao certo se ela fez algum comentário, afinal já se passaram 09 anos. Bom, firme subi as escadas, peguei o microfone, me posicionei e senti uma grande alegria e orgulho de mim mesmo. Recitei, foram poucos minutos, mas o suficiente para que eu me tornasse fã do Drummond e futuramente um leitor assíduo das suas obras...
     Mas vale ressaltar que a minha preferida é "Infância" e, sem dúvidas não poderia deixar de postá-la aqui... Aí segue o vídeo em que ele a declama . Vale a pena assistir!


domingo, 16 de janeiro de 2011

Exposição de um trabalho sobre o Estilo de Época: Romantismo, realizado pelos alunos Eduardo, Camila, SIlvio, Gildete, Stanley e Deibyane, sob orientação da professora Izabel Cristina.

Os saudosistas poetas do Ultra-Romantismo...

         Em meados do século XIX, introduziu-se no Brasil um movimento literário diferente daquele que até então conceituava o estilo dos poetas brasileiros daquela época, o Arcadismo. O período que estou falando veio a ser denominado Romantismo e já era característico de Portugal.
        Os poetas dessa fase tem uma visão global centrada em cada indivíduo. 
        O Romantismo pode ser dividido em 03 fases:
  • 1ª fase: Nacionalista - Principais autores: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
  • 2ª fase: Ultra-Romantismo - Principais autores: Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu.
  • 3ª fase: Condoreirismo - Principais autores: Castro Alves e Sousândrade.
       Bom, mas não vou entrar em detalhes com todas as gerações, apenas a 2ª que foi o tema do nosso trabalho.
       
       O Ultra-romantismo foi caracterizada por autores totalmente desinteressados da vida político-social da época. Eram homens que viviam de amores impossíveis, o que gerava tédio e uma espera pela morte fora do comum. A maioria deles morreram cedo. Seu grande inspirador foi um português, o Lord Byron, exemplo de homem boêmio e amante da vida noturna.
      Os principais temas abordados nessa geração são: Egocentrismo, sentimentalismo exagerado, morte, tristeza, melancolia, solidão, satanismo, atração pelo macabro, subjetivismo e idealização da mulher amada.
     
     E para representar tudo isso de forma dinâmica, não tínhamos outra opção a não ser produzir um vídeo, tendo como cenário o cemitério, é isso mesmo, um cemitério... No início tivemos alguns temores e, há aquelas pessoas desentendidas da literatura  que não compreenderam o motivo e chegaram a dizer que o nosso objetivo ao ir lá por algumas horas era realizar alguma prática ligada a feitiçaria, todavia sabe-se que não foi, todos os integrantes do grupo são religosos e sabem que fazer uma filmagem lá dentro não ia interferir e nem atrapalhar nada, visto que é uma ambiente comum, isso ao meu ver. Como todo trabalho requer coerência ao tema, lá seria o lugar ideal, visto que os poetas iam aos cemitérios como forma de aliviar o sofrimento e a Saudade da mulher amada, mesmo após a morte. E além do mais, é um lugar como todos os outros, "a morte é algo que todos nós vamos passar um dia," era isso que dizíamos a quem nos perguntávamos o que fomos fazer lá com roupas escuras.
    No dia da apresentação ocorreu tudo tranquilo, explicamos o tema e apresentamos o nosso vídeo já editado com as poesias recitadas perto dos túmulos para representar como eram escritas essas poesias que são lidas por muitas pessoas, tais como "Pálida a luz" e a "Lira dos 20 anos" do Álvares de Azevedo. Causou um impacto na turma e também na Professora, que manifestou satisfação em relação ano nosso trabalho, o que veio a ser confirmado pela nota.



Foram poetas Nostálgicos e importantíssimos na história da Literatura.


Momento Histórico: A trajetória das Constituições que marcaram o fim do Século XX...

Constituições, Já é hora de construir o meu futuro?


       Nunca o povo brasileiro foi tão excluído da sociedade como nos tempos da ditadura.
         Para Caetano Veloso, a partir da década de 60, época em que se instalou o regime militar no Brasil, as pessoas “caminhavam contra o vento, sem lenços e sem documentos”, isto é, ficavam ocultos das decisões políticas, sociais e econômicas. Contudo, em meados dos anos 80, após muitos confrontos ideológicos entre políticos e cidadãos e a intensificação da campanha das “Diretas Já!” acabou por resultar no fim desse período. E é nesse contexto tumultuado de mobilizações que surge a necessidade de viabilizar recursos para a elaboração e aprovação de uma Constituição, lei essa que estruturasse o Estado nos seus diversos aspectos.
       Como “solução” para essa problemática que o Governo estava enfrentando, em 1988 criou-se a Constituição Federal, que priorizou metas voltadas para a participação popular e também abriu caminhos para a promulgação de outras Constituições.
        Diante de tudo isso, em 1988, Minas Gerais, enquanto Estado, torna-se vanguardista, pois aprova também a sua Constituição e coloca como ponto básico o Artigo que segue: “Todo poder do Estado emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes ou diretamente.” Isso revela que a Constituição Mineira foi elaborada pela integração em massa do povo para construir o nosso futuro. Afinal, uma das principais medidas dela foi a criação da UNIMONTES e UEMG, duas grandes Universidades que asseguram a profissionalização de milhares de jovens. A     Constituição acima de tudo garantiu a nós, mineiros, o direito de votar e com isso participar ativamente da política.
        Portanto, se política é bem-estar social, a Constituição afirma que não mais haverá no Brasil o militarismo. E ainda está nos seus primórdios que todos devem ter acesso ao ensino superior, amparo na saúde e lazer. Estabeleceu direitos, tais como a prática da ética, razoabilidade e comunicação. Já se passaram mais de 20 anos e é nela que eu, como jovem, acredito para a construção de uma vida digna e com êxito social.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A seguir, o "Artigo de Opinião" que escrevi em Agosto do ano passado para participar da Olimpíada de Língua Portuguesa "Escrevendo o futuro" - Edição 2010 que levou-me juntamente com a minha professora de Língua Portuguesa, Izabel Cristina, a sermos semifinalistas pelo Estado de Minas Gerais nesta, participamos de oficinas em São Paulo, junto a pessoas de todos os lugares do Brasil, experiência única e inesquecível.

APAE de Espinosa: Símbolo da “Exclusão Social”?


Recentemente, li uma reportagem acerca da homologação do parecer: o CNE/CEB (Conselho Nacional de Educação / Câmara de Ensino Básico) nº 13/2009, assinado pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, o que gerou equívocos sobre a extinção das escolas especiais, que propiciou vários conflitos entre as APAES (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e o Governo Federal.
Ao fazer análise da polêmica, busquei informações na APAE de Espinosa, cidade onde resido, situada nos sertões do extremo norte de Minas. A Instituição nesse município foi fundada no dia 03/07/1999, por aspiração e necessidade da senhora Leanna Maria Antunes Caldeira Sepúlveda, na gestão do Prefeito Florindo Silveira Filho. Cumpre notar que a mencionada associação beneficente corre o risco de ser extinta da cidade, não obstante ter sido resultado de vitórias, diante de muitos obstáculos enfrentados pela fundadora e por familiares espinosenses das crianças que necessitam de atendimento especializado. Atualmente, a escola apaeana local conta com 116 alunos, número razoável por se tratar de município de pequeno porte com aproximadamente 33.000 habitantes, de acordo com o último Censo.
O preceito normativo em estudo objetiva transferir as crianças para escolas regulares. Segundo Vilma Alves, atual diretora da APAE deste Município, “As escolas de Espinosa não estão adaptadas para receber a clientela, visto que os nossos alunos devem ser atendidos de acordo com suas necessidades específicas, com os acompanhamentos clínicos e pedagógicos, que por sinal nenhuma escola desta cidade oferece”.Em contraposição com a diretora, uma moradora da cidade afirma, “A APAE Espinosense é a mais pura manifestação da exclusão social, pois impede as crianças de manterem contato com outras pessoas”. Posiciono-me contra toda e qualquer afirmação fundamentada nesse último pressuposto, porque em visita à associação local, pude presenciar que não há exclusão das “questões sociais”, todavia eles são socializados  para vivenciá-las.
A exemplo disso, destaco as importantes ações dos comerciantes do lugar em que vivo, em relação às crianças com deficiência, uma vez que a família apaeana encaminha alguns jovens da escola excepcional ao mercado de trabalho e esses proprietários os recebem em seus estabelecimentos, oferecendo-os total. Entretanto, ainda é visível o preconceito e a discriminação nas ruas da cidade: pessoas que se dizem “cidadãs espinosenses”, inclusive estudantes, estereotiparem a APAE, como “local para loucos”. 
Do ponto de vista nacional, de acordo com o resultado do Censo Escolar de 2009, dos 639.718 alunos da educação especial, apenas 252.687 estão matriculados em estabelecimentos especializados. Para alguns, esse dado significa que a política de inclusão de alunos portadores de deficiência no ensino regular vem evidenciando resultados positivos. Porém, assim com eu, grande parte da população espinosense se demonstra desfavorável e descontente com a transferência destes para escolas regulares, pois sabemos que nestes não há profissionais preparados e nem acessibilidade aos alunos portadores de necessidades especiais.
Particularmente, no lugar onde moro as conseqüências de uma eventual extinção do órgão assistencial será desastroso, porquanto a região já padece com os males da seca e da pobreza.
A APAE de Espinosa, criada no Artigo 169 da Lei Orgânica Municipal, já manifestou sua revolta e indignação por meio de abaixo-assinados. Portanto, faz-se necessário que a Administração e a coordenação em exercício, façam maiores gestões contra o documento. Além disso, é preciso que façamos uma revisão de valores e sensibilização em favor dos Direitos Humanos das crianças com deficiência, afinal a dignidade da pessoa humana, nessas incluídas as especiais, é um dos pilares fundamentais da Constituição Brasileira.
Como diria Martin Luther King, “O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Penso que não podemos nos silenciar perante tal situação, mas assumir nossas posições em prol da cidadania. Enfim, a APAE é uma prova verídica e ilustrativa do quanto Espinosa vêm desenvolvendo-se nas últimas décadas.

Eu e a minha professora, Izabel Cristina, que me orientou durante
a escrita do texto. Medalha de Bronze!

Memórias literárias, a Arte de recordar o passado!


Uma época que ainda tenho boas lembranças...

Não tive a oportunidade de conviver e aprender sobre a vida com a minha mãe, ela partiu muito cedo, mas como era criança, a ausência dela foi recuperada com o passar dos anos e, conviver com a minha irmã e nas férias, quando criança, poder ir para a casa da minha avó, na cidadezinha em que nasci, me ensinou e contribui grandiosamente  para a minha formação de cidadão. Férias da minha infância! É o tempo que mais sinto falta, a saudade aperta no meu peito, recordo que eram os momentos mais  felizes, foram nessas ocasiões que descobri logo menino que a felicidade está nas coisas mais simples e não nas riquezas do mundo. A casa de minha avó era uma casinha simples, muito pequena, num lugarejo vitimado pela seca dos sertões mineiros, mas foi ali que descobri que alegria existe e que um dia vivi tudo que uma criança tem que passar, mais que isso, aprendi que pai e mãe não são aqueles que nos criam, mas quem dá suporte e proteção.

Quando estava na altura dos meus 6 anos, fiz minha primeira viagem sozinho. Eu morava em Janaúba, Minas Gerais, com a minha irmã , meu cunhado e meus dois sobrinhos. Assim que iniciou dezembro, na Escola todos os meus colegas estavam loucos para chegarem às férias e viajarem, uns iam para praia, outros para a capital do Estado. Bom, com toda aquela convivência senti um desejo de viajar também, mas sozinho, pois isso para meninos daquela idade simbolizava independência e nessa fase já queremos muito isso. Eu incomodava o tempo todo minha irmã pedindo-a que me deixasse viajar, para algum lugar...  Ela, no início ficou receosa, eu era apenas uma criança, ela hesitava, no entanto a minha insistência foi tanta que ela acabou cedendo e disse que me deixava ir para Jaíba, cidade onde morava minha vó e que fica a uns 60 Quilômetros de onde eu residia.
Não queria ir, sabia que lá era uma cidade pequena e ruim” (prenoção que tinha), porém no entusiasmo de viajar, acabei por aceitar. Meu cunhado conversou com um taxista de confiança dele e pediu-o que me levasse e deixasse na casa de vó, arrumei as malas e no dia combinado sem reclamar eu fui!
As ruas de lá quase nenhuma eram asfaltadas, a casa da minha vó era bem pequena, ainda de cal, entretanto no quintal ao lado moravam meus primos com idade semelhante a minha... Logo que cheguei de manhãzinha, lá estava Vovó a me esperar na porta, com um queijinho mineiro na mesa para o café que não me esqueço. Eu olhava assustado para aquele lugar, percebi que não havia mais Televisão ali, porque ela não gostava e eu adorava assisti desenhos animados. Pensei, “Meu Deus, o  que eu vou fazer por aqui esses dias?”. Mas naquele mesmo dia esse temor angustiante já começava a passar, pois enturmei com meus primos e começamos a brincar de diversas brincadeiras legais. É isso mesmo, legais.
Hoje, quando falo em brincadeiras legais com meus sobrinhos, eles já começam a enumerarem muitas, tais como Playstation, Jogos da Internet de Ben 10, Naruto e outros. É aí que paro e agradeço ao meu Deus por ter me dado a oportunidade de um dia jogar bolinhas de gude, peteca naquelas ruas de terra de Jaíba, banhado no rio que tinha lá perto e não nas piscinas dos clubes como é atualmente, brincado de pés-de-lata, esconde-esconde, pega-pega, porta-bandeira, cavalo de pau e o melhor de tudo era aprontar inúmeras travessuras todas inspiradas no Menino Maluquinho ou no Chapolin .
            Até hoje assisto Caverna do Dragão, mas não é mais como antes, não tenho mais aquela emoção de ser criança, minha fase passou, isso é fato, todos nós a partir de uma certa idade, já na adolescência, nos envolvemos de mais com muitas tarefas, o dia torna-se curto, entretanto não é tão prazeroso, a cada dia que passa sinto que sou mais escravo do mundo, nas horas que reflito sobre toda essa correria que a sociedade enfrenta, é que vem aquela saudade, como a brisa na praia, tocar no meu rosto arracando algumas lágrimas. Não quero ter a oportunidade de reviver isso tudo, porque do que é passado só tenho lembranças boas e penso que se tivesse à chance de voltar no tempo, algo poderia dá errado, porque tudo modernizou e aquilo, que parece que foi eterno se desfazer como as marés do mar que partem e não voltam mais, não quero que essas lembranças se afastem de mim, porque elas representam minha história e um dia quero contá-las a geração futura, assim como ouvi muitos contos dos meus tios da infância deles, do tempo em que as mocinhas das histórias eram guardadas pelos pais até o dia do casamento que por sinal não demorava muito.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A hora do Conto:

"Infância passa, modernidade aumenta!"


Escrevi esse conto baseado no livro: "Dibs, em busca de si mesmo", da Virginia M. Axline. Apenas o personagem Dibs faz parte do livro, uma história real, os outros foram criados por mim, para que o conto tenha um caráter ficcional.



      Há não muito tempo atrás, numa época em que ainda não existia a Televisão, residia no nordeste dos Estados Unidos, mais precisamente na cidade de Nova York, o pequeno Dibs. Sabe-se que ele era uma criança diferente das demais, Dibs não brincava na rua com os amigos, o que era muito comum naquele período, melhor, ele não tinha amigos, não se enturmava no Colégio e, em alguns momentos na Escola, Dibs demonstrava indícios de retardamento mental, já em outras ocasiões mostrava uma inteligência especial. Sua reação com a família era surpreendente, ele não tinha diálogo com os pais e no fim da aula não queria ir embora para casa, isto é, tinha receio de sua própria família.
     Muitos anos depois, numa época bem diferente, porém na mesma cidade, viveu o garoto Bill, este já presenciou a Revolução Tecnológica, era apaixonado por Computadores e tudo que estivesse ligado a tecnologia, todavia se assemelhava a Dibs, porque Bill tinha muitos amigos, porém ele os deixava de lado para ficar na internet, assistir filmes ou jogar vídeo game. Os pais de Bill o aconselhavam e levavam-o ao psicólogo frequentemente, além de contar sempre a ele como foi a infância deles, marcada pelas brincadeiras como batata quente, escravos de Jó, roda-roda, amarelinha, férias na roça, não em clubes. Tempo em que as crianças se reuniam no entardecer e contavam historinhas, cantavam as cantigas... Tempos bons eram esses.
     Certa vez, vendo a situação em que o filho se encontrava, a mãe de Bill, o chamou e começou a contar uma história real de uma colega dela de colégio, que também não tinha amizade com criança alguma, relatou que ele tinha reações diferentes que assustavam os professores e os pais também. Uma vez ele chegou a agredir a professora por ela pedir a ele que fosse almoçar, visto que já estava passando da hora dele ir. Após essa ação, o corpo docente da Escola resolveu procurar um psicólogo e os pais do menino aceitaram. Nas primeiras seções houve resistência por parte da criança, mas aos poucos ele foi contando que seus pais o rejeitavam, porque seu nascimento interferiu na vida profissional da sua mãe e aquilo o marcara, ele não queria mais brincar, nem conversar com os colegas e muito menos com seus pais.
     A psicóloga sabia que aquilo era causado pela falta de brincadeiras que o distraissem e tirassem da cabeça dele aquele trauma ou qualquer outro. Aquela história despertou a curiosidade de Bill em saber mais quem era essa criança e qual foi o futuro dela. A mãe contou que depois de muito tempo com acompanhamento e terapia com brinquedos, a Ludoterapia, a pequena criança começou a fazer as atividades em grupo, começou a se interessar por fazer amizades, viver em grupo e interagir com os pais. 
     E por fim, a mãe de Bill, revelou que essa criança era o Doutor Dibs, o Psicólogo de Bill. Este ficou surpreso, refletiu mais sobre a necessidade de "ser criança" e passou a mostrar seu lado interativo antes oculto. Com o tempo, Bill deixou um pouco de lado a virtualidade e aproveitava mais a sua infância, ele reconheceu que aquilo era uma fase única e que futuramente ia deixar Saudades, percebeu que brinquedos não são apenas bobeiras das crianças, é terapia. Precisa-se de infância e como dizia Casimiro de Abreu – poeta Ultra-romântico - em Nostalgia: 
"Oh que saudades que tenho
           Da aurora da minha vida,
           
           Da minha infância querida
         
           Que os anos não trazem mais."



O efêmero da vida...


             É tão difícil pensar no que ficou para trás, porque são nesses momentos de reflexão acerca do passado que nos bate uma saudade das pessoas que perdemos, daquelas ações que nos deixávamos mais felizes e nos davam uma imensa vontade de aproveitar cada minuto da vida. As vezes nos perguntamos como algo tão simples e ao mesmo tempo tão impulsivo faziam as nossas horas vagas tão especiais e inesquecíveis, como por exemplo: escutar músicas antigas, ver fotos dos nosso familiares (muitas preto e branco ainda), assistir desenhos animados, programa do Chaves, TV Colosso, dos fins das tardes, brincar na rua com os amigos (muitos perdem o contato), jogar Super Nintendo, tempos de colegial...

           Há ocasiões em que sentimos a falta das noites em que sentíamos um medo alucinante e nos dirigíamos aos quartos dos adultos da casa, em busca de proteção. Particularmente, eu sinto que já estou velho quando recordo essas cenas, algo que não faz muito tempo, todavia a sensação é que foi há umas cinco vidas. A Nostalgia é justamente isso, contrário da saudade, ela aumenta quando entra em contato com o que está causando-a.
           Vivemos em um dualismo, entre a insegurança e a certeza, estamos muito vulneráveis ao erro, tomamos decisões com receio e isso gera um medo real e, nesse momento, bate uma saudade do medo irreal, é, isso mesmo, medo irreal, muitos acham bobeira, porém ele existe e é característico da criança numa situação aqui já descrita, em que acordamos de madrugada e vamos para cama dos adultos, é um medo que não faz sentido, entretanto gera saudade quando nos deparamos com a época que estamos vivendo, em que a violência, catástrofes ambientais, corrupção, nepotismo, entre outros, é que se tornou o medo da sociedade.
          Há na vida situações em que com o tempo percebemos que tudo é oportunidade única, pois mesmo que tenhamos a chance de reviver toda aquela experiência, nunca é igual. As sensações, os sentimentos, as pessoas mudam, o que seria eterno, já não é mais!
          E desde os tempo mais remotos que tudo é considerado instável... Para Gregório de Matos - Poeta Barroco -  tudo era dúvida e incerteza. Eis um trecho de um de seus poemas que ele retrata justamente isso:
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? / Se tão formosa a Luz é, por que não dura? / Como a beleza assim se transfigura? / Como o gosto da pena assim se fia?"...
          Portanto, todos nós sabemos que foram apenas momentos, mas parece que já foi uma eternidade, na qual lembramos de tudo e ao mesmo tempo não nos lembramos de nada, é tudo tão empolgante e que faz falta sim, pois não voltam e a cada dia que se passa esse tempo torna-se mais distante...