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"Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que escrevo". Ana Maria Machado
É por vocês, leitores, que meu desejo de escrever se torna mais sólido, mais firme, é por isso que dedico meus fins de semanas e horas vagas relatando as minhas experiências, emoções e, até mesmo, revoltas. Enfim, compartilhando o melhor de mim com vocês, o meu mundo interior!

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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ser livre, sem ser covarde, é tão simples assim?


        
"Viver um dia de cada vez
Sentir saudade e não ter medo de chorar
Um dia eu cheguei a pensar
Que sem alguém eu viveria mais feliz..." Tihuana

É, isto. O sentimento que estou sentindo neste momento, exato, no instante que escrevo este texto. Saudade.. Mas, de quê mesmo?
        De casa? Família? Amigos? Ou, metonimicamente falando, para ser mais claro, utilizando uma parte pelo todo, seria saudade da cidade que, até então, eu morava?
           Bom, são essas as principais incógnitas que estão me causando angústia, melancolia.    
       Sair de casa é algo que muitos jovens almejam, isto é, para nós, início da “liberdade” (simbolicamente), entre aspas, é claro, porque sou existencialista. Logo, acredito na tese de Jean Paul Sartre de que “liberdade consiste nas escolhas que fazemos” (podendo essas escolhas ter êxito, ou não). Porém, os adolescentes também têm essa concepção filosófica do vocábulo “liberdade”? Será? A meu ver, para ser objetivo e sucinto, a resposta mais simples é não, não. Nunca. Liberdade para uma parte da juventude é não ter que seguir as regras impostas pelos tutores, falo por experiência, conhecimento empírico o meu. Não precisou de professor de filosofia, ensino religioso ou sociologia me passar o conceito pronto e acabado, formulei, não é tese, é premissa, faça sua própria lógica aristotélica. Vejamos o motivo.
         Quando essa tão sonha liberdade chega, qual a nossa reação? Esta palavra que vou falar agora é a que Kant, um dos maiores filósofos da modernidade, utilizou para descrever o que os jovens carecem quando alcançam essa tal liberdade (no meu caso, a de sair de casa). Esclarecimento, é o que ele disse, essa é a palavra que ele usou para descrever a saída do homem de sua menoridade (não a de 18 anos, contudo a de maturidade). Enquanto “o homem” (em seu sentido genérico) permanece na menoridade, ele é incapaz de usufruir do seu próprio entendimento. Por que incapaz? Uma palavra tão forte? Mais forte ainda é resposta, simplesmente porque é cômodo para nós ter alguém que tome decisões e sofra as conseqüências desta em nosso lugar, não é verdade? Permanecer na área de conforto é bom, muito bom. 
      Recentemente, na cidade que atualmente resido, mais precisamente na Redação Jornalística que trabalho, nos deparamos com uma ligação de que tinha acontecido um assassinato num bairro X e que um garoto de 12 anos havia sido atingido com um espeto de madeira e veio a óbito. Ficar sentados não poderíamos, afinal, utilizando um jargão jornalístico aqui, caso ficássemos inertes a isso, estaríamos “sentando na notícia”, o que não pode, jamais. Fomos apurar o caso, de fato, como notícia é sempre algo surpreendente, essa não foi diferente, uma garota de 16 anos (minha idade, por sinal) que havia realizado o crime. Ah, e aí, ela pensou duas vezes ao cometer um ato assim? (Não entrando no lado psicológico). Muita coincidência se todo mundo pensar que ela pensou duas vezes, visto que se trata de uma menor, e numa cidade que não possui presídio para menores infratorAs. Incrível seria se ela tivesse parado e pensando no resultado que isso resultaria, né? Quem está respondendo processo judicial? Logicamente, os pais da garota (que são os responsáveis por ela). É, a vida, hein? Faz parte, já reza a nossa Constituição Federal... Na mesma semana, outro acontecimento, um pai ao tirar o carro da garagem atropelou o filho de 02 anos, que brincava atrás do veículo e ele não viu, a criança faleceu na hora. Consequentemente, o homem foi preso, não tendo a oportunidade prestar uma última homenagem ao filho, não tendo sequer o direito de ir ao sepultamento, está respondendo processo, e atrás das grades, para as leis ele tem mais de 18 anos, inocente ou não, deve cumprir pena. Trágico, é a sociedade que chegamos. São poucos aqueles que conseguem, pelo exercício do próprio espírito, libertar-se da menoridade.
         Confesso, no menor sentido da palavra “Menoridade”, nos profundos da semântica, eu acho que vou demorar um pouco ainda pra sair totalmente dela. É disso, então, que sinto (é cabível o gerundismo, sentindo, porque é algo que está se prolongando) saudade. Tudo pronto, na área de conforto, sem precisar de fazer algum esforço, há quem faça pra mim (frase comodista). É primordial que o indivíduo se livre disso, pois, acima de tudo, é uma atitude covarde. 
     A partir do momento que nos tornamos conscientes da força e inteligência para fundamentar a nossa própria maneira de agir, sem a doutrina ou tutela de outrem é que conseguimos nos livrar definitivamente da subordinação ao outro. Dependemos dos demais seres para viver, sempre, por isso temos que ter solidariedade em todos os contextos.

Um comentário:

  1. PERFEITO... Eduardo incrível como você consegue de maneira tão simplória, ou melhor de maneira concisa nos passar um pensamento de tamanha complexidade como esse. Se Deus quiser quero ser independente' mas, não no sentido completo da palavra. Percebi que o jornalismo é mesmo seu caminho, você nasceu pra passar informação e o mais importante é que você tem sua própria essência, você conquistou sua maneira de fazer isso. Quanto a saudade, eu sei como é triste, as vezes nos sentimos só, mais saiba que esse sentimento é correspondido pelas pessoas que te amam e ai percebemos o sentido de continua. Tudo meu amigo um dia vai valer a pena!.

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