Talentos contemporâneos em Espinosa: deve-se apoiar ou não?
“...eis que o preço do desenvolvimento é o aumento da violência”
Espinosa ainda não é uma cidade polo em Minas, mas foi no passado muito importante no ciclo do algodão e, principalmente, está ganhando destaque no setor têxtil, nos últimos anos. Contudo, quando se percebe que essa cidade tornou-se, no Norte do Estado, também modelo em comemorações religiosas, como a festa de São Cristóvão, uma tradição com caráter pedagógico que contempla a preocupação com a violência no trânsito, sabe-se que, infelizmente, é pequena a participação de jovens na organização desse evento, que visa disseminar ideias culturais e artísticas.
É sempre primordial valorizar e promover eventos que despertem nos jovens uma maior integração com as tradições antigas, sem perder as tendências da atualidade. Talvez seja esse o principal motivo de ser pequena a parcela da juventude que se envolva na festa citada, sem apenas o intuito de curtir a noite: a carência de “inovação”, do ponto de vista jovial. Os tempos mudam e, consequentemente, os modos de viver – a ética contemporânea deve, sempre, ser acompanhada. O jovem deve inserir na sociedade a sua visão de mundo, isto é, suas preferências, tais como: tipos de música, roupas e danças, o que se resume na formação das tribos urbanas que, por sinal, são apontadas como necessidade do século, pois promovem agregações e apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se expressar.
Dessa forma, a meu ver, surge a necessidade da população espinosense empenhar-se em participar e apoiar acontecimentos que tem como objetivo trazer à tona os novos talentos – desta década – e que mostrem a grande possibilidade de promover a heterogeneidade comportamental, sem perder a história, cultura e tradição do município. Ideal seria um teatro semanal formado pelos estudantes da cidade ou, quem sabe, um cinema comentado, onde eles poderão opinar sobre os filmes antigos, inserindo as filosofias que, agora, estão no ápice.
Sim: auxiliar, prestigiar e contribuir para isso são atitudes humanas, é como dar uma chance a alguém de mostrar o que ele sabe fazer bem. A exemplo: a vocação do grande compositor, músico e violinista Mozart não surgiu do acaso. Seu pai era professor de música e desde cedo dedicou sua vida a educar o filho. Ainda criança, Mozart passava parte do dia na frente do piano. As primeiras peças que ele compôs não são obras-primas - pelo contrário, contêm muitas repetições e melodias que já existiam. Muitos críticos de música consideram que a primeira obra realmente genial que o austríaco escreveu foi um concerto de 1777, quando ele já estava 21 anos de idade. Ou seja, apesar de ter começado muito cedo, Mozart só montou algo digno de sua genialidade depois de 15 anos de treino. É visível que cada pessoa tem a capacidade inata de tornar-se excelente em alguma atividade, aprimorar-se e ser considerada um talento. Achar sua vocação – seja na dança ou na performance - depende, em parte, das oportunidades da vida e, também, da determinação pessoal, pois independente dos resultados não se deve acomodar, todavia continuar em busca de mais aprendizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário