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"Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que escrevo". Ana Maria Machado
É por vocês, leitores, que meu desejo de escrever se torna mais sólido, mais firme, é por isso que dedico meus fins de semanas e horas vagas relatando as minhas experiências, emoções e, até mesmo, revoltas. Enfim, compartilhando o melhor de mim com vocês, o meu mundo interior!

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quarta-feira, 9 de março de 2011

Lembranças da Olimpíada de Língua Portuguesa 2010


O filme da vitória


Estava uma manhã fria naquele lugar que, até então, era estranho a minha visão. Transitavam ali muitos olhares e juntos a eles a admiração que, assim como eu, estavam por aquele lugar de uma arquitetura fantástica. Tudo ali era muito diferente para mim e, principalmente, o aspecto físico do local. Em um determinado momento, olhei para um banner e, nele, continha as seguintes palavras: “Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro”. E, atrás de mim, ouvi a voz da minha professora exclamando: “Muito lindo esse Hotel Transamérica”.
Por um momento, ou melhor, por dois minutos, um filme com cenas de pensar e se repensar passou pela minha cabeça. Ele se iniciava em uma recordação minha, durante o mês de agosto, sentado na minha cama escrevendo um Artigo de opinião que havia sido solicitado pela professora Izabel Cristina para participar da Olimpíada. Em seguida a cena dela anunciando na sala que o meu texto havia sido escolhido como o melhor da escola, depois Ângela, a diretora, me comunicando que eu havia sido classificado na etapa estadual, a notícia da viagem, os preparativos e a realização dessa. E, agora, iria começar a última parte do filme, o Transamérica, eu estava ansioso para ver o final dessa história e não conseguia esconder essa tensão.
De repente assustei-me com uma monitora me guiando até uma mesa, onde eu deveria me apresentar e receber alguns materiais para início da minha estadia ali. Novamente orientado por um monitor, subi até o quarto 405, ali seria o quarto que eu ficaria hospedado. Ao abrir a porta não encontrei ninguém, apenas duas camas com o famoso lençol de mil fios egípcios, uma poltrona, uma escrivaninha, TV a cabos e mais outros móveis característicos de um hotel de luxo. Por alguns minutos senti-me solitário, deitei naquela cama, tentei ligar para casa e não conseguia. Liguei a televisão e assisti uma parte da novela que passava, numa cena trágica, de morte da Cláudia Raia na novela “7 Pecados”, não muito interessado nisso fui para a janela, dali podia avistar a grande metrópole que é São Paulo, dezenas de carros passando, uma indústria emitindo uma enorme quantidade de fumaça na atmosfera e, inúmeros edifícios, lembrei-me das aulas de geografia, tinha estudado tudo isso na teoria e estava podendo ver na prática. Se não bastasse, até para mim, que estava ali pela primeira vez, a hora voava, agora imagina para quem reside ali...
     Fui tomar banho, porque já era quase à hora do almoço. Saí apressado e já, no elevador, “reencontrei” a Maysa. É, a Maysa, aquela garota que conheci dias antes na comunidade da Olimpíada no orkut. Lá embaixo encontrei novamente a minha professora que já havia se enturmado com outros professores lá. Assim como eu, que naquela altura já havia visto o Júnior e o Léo que também havia conhecido do mesmo jeito da Maysa. Mais tarde na cerimônia de abertura vi também pessoalmente a Bianca e foi assim, nesses encontros e reencontros que fiz dezenas de amigos. A noite hora que voltei para o quarto, lá estava o Rapaz do Sergipe, agora, não sentia mais só naquele imenso quarto. Mas, as brincadeiras legais de UNO rolavam mesmo eram no quarto vizinho com o Lucas, Igor e Léo. Os dias se seguiram desta forma, repleto de surpresas e emoções nas oficinas, nos passeios, nas noites engraçadas ali no 402, na Lan House do Hotel, enfim, a todo momento surgia uma nova face de um novo lugar do Brasil que eu nem sonhava que existia. De norte a sul, leste a oeste surgia uma bela pessoa, com um lindo sotaque e uma emocionante história de vida.
       Confesso, eu não imaginava que eu era tão sentimental, mas a festa de despedida e a última manhã ali me mostrou esse meu lado. Hesitava em não chorar na hora que algum deles vinha até mim se despedir, era o último instante que eu ia ver aquela pessoa que durante 03 dias muito me ensinou a ver a vida com outros olhos, minha mente agora vislumbraria cultura e conhecimento. A internet está sendo para nós um meio de trocar ideias, mas não compartilhamos mais as mesmas emoções e descobertas que vivenciamos em São Paulo. Juntos conhecemos vários pontos daquela cidade, muitos tiveram a chance de realizar isso num grupo de novatos do interior que estavam encantados com a cidade grande, é isso que foi legal e fez da OLP tão eterna. Éramos um grupo com os mesmos ideais e objetivos. Quando entrei no avião para voltar para casa, ainda da janela avistei a última participante que conheci lá, a Ana Paula. Foi assim.... Vitorioso e ao mesmo tempo com muitas saudades que voltei para casa, após ter tido essa experiência de conviver com pessoas tão especiais e que nunca quero perder o contato. 











Um comentário:

  1. Nossa Eduardo me emocionei tanto com sua narração,era lendo e passando um filme na minha cabeça,quase que eu chorava de tanta saudades,parabéns pelo relato,você pode explorar tudo com tanta facilidade,confesso que eu não conseguiria ser tão clara e objetiva se tratando dos meus sentimentos como você foi.A sensação de reler me da até um alivio,realmente tudo aconteceu e foi marcante pra todos,se eu tivesse poderes voltaria no tempo,daria muita coisa pra dormir em meio aqueles famosos lençois de mil fios egípcios,"super xique" e acordar com aquela sensação tão satisfatória de esta ali.Foi uma das melhores experiências das nossas vidas,eu acredito que não se pode participar de um projeto como aquele e voltar do mesmo jeito,todos nós mudamos e aprendemos. beijo
    Luana

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